Castro negocia Refis com a Petrobras para dívidas que podem chegar a R$ 28 bilhões: 'A ideia é o Estado dar um desconto', diz

Segundo apurou a Reuters, proposta discutida prevê que o passivo possa ser quitado entre dois e três anos. Edifício-sede da Petrobras, no Centro do Rio
Marcos Serra Lima/g1
O Governo do Rio de Janeiro propôs à Petrobras um Programa de Recuperação Fiscal (Refis) para encerrar disputas sobre dívidas que podem chegar a R$ 28 bilhões, em grande parte relacionadas ao imposto estadual ICMS, disse o governador Cláudio Castro a jornalistas nessa quarta-feira.
"Estamos negociando um grande Refis com a Petrobras", disse Castro. "A dívida da Petrobras inscrita é de R$14 bilhões, e a não inscrita de mais R$14 bilhões. A ideia é o Estado dar um desconto para ela pagar."
Uma fonte do governo disse à Reuters que a proposta que está sendo discutida prevê que o passivo possa ser quitado entre dois e três anos, sendo que R$4 bilhões teriam que ser desembolsados até o fim de 2026.
A indústria de petróleo e gás é a mais importante do Estado e representa mais de 50% da atividade econômica fluminense.
A queda no barril de petróleo este ano, após novos capítulos da guerra comercial entre Estados Unidos e China, é motivo de preocupação para as finanças do Estado que tem um déficit previsto para este ano de mais de R$ 14 bilhões.
Em paralelo, o governo pleiteia junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) uma atualização para cima do preço de referência das atividades de petróleo no Estado, usado no cálculo para cobranças de royalties e participações especiais.
Segundo Castro, a referência está desatualizada há mais de uma década, e o novo valor poderia render de R$ 4 bilhões a R$ 6 bilhões a mais por ano aos cofres fluminenses.
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