Além de Nubank, Campos Neto vai ocupar cargo no conselho de Davos

Ex-presidente do Banco Central vai ser representante da América Latina. Ele também ocupará cargo na diretoria do Milken Institute. Ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Reuters/Brendan McDermid
O ex-presidente do Banco Central (BC) Roberto Campos Neto vai ocupar um cargo no conselho do Fórum Econômico Mundial de Davos, onde será o representante da América Latina na organização. Ele também vai assumir um cargo na diretoria do Milken Institute, um "think tank" com sede nos Estados Unidos.
As informações foram confirmadas por Campos Neto ao blog.
No começo de maio, o Nubank anunciou que o ex-presidente do BC assumirá, em julho, o cargo de vice-presidente e chefe global de políticas públicas do banco. O economista também vai ser um membro não independente do conselho de administração da Nu Holdings, do próprio banco.
O conselho do Fórum Econômico Mundial de Davos é responsável por estabelecer estratégias como, por exemplo, definir temas que serão discutidos, coletar informações para apresentar possíveis soluções para problemas globais, desenvolver projetos, promover cooperação internacional, além de participar da gestão da organização. No caso de Campos Neto, sua função deve focar nos países da América Latina.
O Milken Institute é um "think tank" (tanque de pensamento, em tradução), ou seja, uma organização que possui especialistas com o objetivo de estudar e propor soluções sobre temas que, no caso do ex-presidente do BC, deve focar na economia global. Com sede principal da Califórnia, a organização afirma que produz pesquisas, organiza eventos e propõe soluções voltadas ao desenvolvimento econômico sustentável e à melhoria da qualidade de vida em diferentes países.
Cargo no Nubank
Depois que deixou a presidência do Banco Central, o Nubank anunciou a contratação de Campos Neto para a vice-presidência e chefia global do banco a partir de julho.
O motivo da data é o término do seu "período de quarentena", um prazo de seis meses em que ex-funcionários públicos de alto escalão não podem trabalhar no setor privado. A regra está estabelecida pela legislação brasileira, para evitar que empresas ou instituições financeiras reguladas ou fiscalizadas pelo poder público se beneficiem da antiga posição de seus contratados.
Como executivo do banco, Campos Neto deverá "liderar os esforços em inovação, estratégia de negócios e regulação internacional" do Nubank, uma função que ele havia expressado interesse ao sair do Banco Central, segundo comunicado.
Em nota oficial, o banco afirmou que Campos Neto se reportará diretamente a David Vélez, fundador e CEO do Nubank, destacando que o ex-BC ajudará a apoiar o programa de expansão internacional da instituição e o relacionamento com reguladores financeiros globais.
Além disso, Campos Neto também deve representar a Nu Holdings em fóruns e conselhos internacionais e ajudar a elevar a análise econômica e de risco para operações do banco no Brasil na América Latina.
"Reportando-se diretamente a David Vélez, fundador e CEO do Nubank, o executivo atuará como Vice Chairman do Nubank e Chefe Global de Políticas Públicas, para apoiar o programa de expansão internacional do Nu e o relacionamento com reguladores financeiros globais, representar a Nu Holdings em fóruns e conselhos internacionais, além de elevar a análise econômica e de risco para as operações do Nu no Brasil e na América Latina, contribuindo para desenhar a estratégia de negócios de longo prazo do Nu", afirma a nota do banco.
Nubank passa Itaú em número de clientes e se torna o 3º maior do país
COMENTÁRIOS