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Rondonópolis,20/05/2025

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Butantan aguarda há 9 meses aprovação da Anvisa para testar vacina de gripe aviária em humanos

g1.globo.com
Butantan aguarda há 9 meses aprovação da Anvisa para testar vacina de gripe aviária em humanos


Com vacina que mostrou eficácia em testes pré-clínicos, instituto quer antecipar resposta para possível nova crise de saúde; Anvisa diz que documentação está em análise em ‘caráter prioritário’. Divulgação
Testes clínicos são necessários para comprovação de eficácia da vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan
O Instituto Butantan aguarda desde agosto de 2024 a autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciar uma pesquisa clínica da vacina contra a gripe aviária.
O imunizante monovalente tipo A (contra H5N1), desenvolvido pelo Instituto, mostrou eficácia em testes pré-clínicos, mas precisa evoluir à testagem em humanos.
Butantan antecipa mutação do vírus
Embora a gripe aviária não seja transmitida entre humanos, existe a perspectiva de que novas e mais resistentes cepas se desenvolvam, e pesquisadores alertam para o alto risco de contágio.
Diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás diz que a produção da vacina visa antecipar um possível cenário de contágio entre pessoas. “Não é para já comercializar, mas para propor um estoque estratégico caso o Ministério da Saúde precise acionar”, explica, em nota.
Ao g1, a Anvisa afirma que “recebeu o pedido de anuência para o estudo clínico do Instituto Butantan de desenvolvimento de potencial vacina de influenza tipo A (H5N8)". Segundo a agência, após a análise da documentação inicialmente apresentada, "foi necessária a apresentação de informações complementares pelo Instituto Butantan para prosseguimento da análise”.
Segundo a pasta, “a documentação encontra-se em análise em caráter prioritário”.
Protocolo de estudo clínico aprovado
Com aprovação da Anvisa, o estudo clínico deve funcionar da seguinte forma:
Os participantes receberão duas doses da vacina ou do placebo, com intervalo de 21 dias entre as aplicações.
Apenas 1 em cada 7 voluntários receberá o placebo.
Durante os sete meses seguintes, os participantes serão acompanhados com visitas e exames para avaliar a segurança e a eficácia imunológica do imunizante.
Os testes incluirão triagem inicial com exames bioquímicos, hematológicos e sorológicos, além de análise de imunidade celular da vacina.
Influenza aviária é letal em humanos
A influenza aviária em humanos é altamente letal, beirando os 50% de chance de óbito ao contrair a doença. No entanto, a transmissão acontece apenas ao ter contato com hospedeiros contaminados –aves e mamíferos. Ingerir ovos ou carne de frangos doentes não é um risco.
Ainda segundo Kallás, o Instituto está, ainda, “desenvolvendo uma rota tecnológica” que pode ser trilhada caso o vírus sofra alguma mutação.
O H5N1 já sofreu mutações desde que foi descoberto, em 1996, na China. Antes transmitido apenas entre aves, passou a ter novos hospedeiros, os mamíferos.
Biomédica, pesquisadora e professora da Escola de Saúde da Unisinos, Mellanie Fontes-Dutra enfatiza que manter-se vigilante e acompanhar a evolução dos casos é crucial para evitar uma nova epidemia – e até mesmo uma pandemia.
“Nas últimas décadas, temos observado surtos de gripe aviária de maior magnitude e um aumento na diversidade de hospedeiros. Estudos recentes mostram que pinípedes, como leões e lobos marinhos, têm sido afetados com crescente frequência por essa infecção, com alta mortalidade”, aponta a pesquisadora.
Desafio persistente à saúde global
Desde sua primeira detecção em aves, na China, em 1996, a gripe aviária tem representado um desafio persistente para a saúde pública global.
Com os primeiros casos humanos surgindo logo após, explica o infectologista do Hospital das Clínicas Igor Marinho, o vírus demonstrou uma notável capacidade de diversificação e disseminação por meio de aves migratórias.
Em 2024, após quase mil casos humanos documentados e uma taxa de mortalidade de cerca de 50%, a ciência tem intensificado seus esforços para combater a ameaça em constante evolução.
A chegada do H5N1 à América do Norte em 2014 resultou em um surto avícola significativo, mas o vírus recuou. Em 2022, no entanto, um novo subtipo do H5N1 --o clado 2.3.4.4b-- emergiu, espalhando-se rapidamente entre aves domésticas e diversas espécies de mamíferos selvagens.
O avanço mais recente e preocupante é a sua transmissão para vacas leiteiras, cujas implicações ainda estão sendo investigadas.
Autoridades descartam 3 novas suspeitas de gripe aviária, 4 ainda estão sob análise




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